::O Ministério da Comodidade: Mica e o Levita::
Posted: sexta-feira, 16 de abril de 2010 by Ministério de Artes Inconformados inOlá....
Compartilho com vocês mais uma palavra que me despertou...
PRIMEIRO LEIA JUÍZES 17 E 18
“Havia um moço de Belém de Judá, da tribo de Judá, que era levita e se demorava ali. Esse homem partiu da cidade de Belém de Judá para ficar onde melhor lhe parecesse. Seguindo, pois, o seu caminho, chegou à região montanhosa de Efraim, até à casa de Mica. Perguntou-lhe Mica: Donde vens? Ele lhe respondeu: Sou levita de Belém de Judá e vou ficar onde melhor me parecer. Então, lhe disse Mica: Fica comigo e sê-me por pai e sacerdote; e cada ano te darei dez ciclos de prata, o vestuário e o sustento. O levita entrou e consentiu em ficar com aquele homem; e o moço lhe foi como um de seus filhos.” (Juízes 17.7-11)
O texto acima nos fala de um levita que resolveu seguir o seu próprio caminho, buscando sempre um lugar que lhe fosse cômodo, que melhor lhe parecesse.
Para muitos, não há mal algum no relato acima. Bem... não é tão simples assim. Mica era um homem que construiu em sua casa um altar com vários ídolos e nomeou seu próprio filho como sacerdote. O levita, como o próprio nome diz, era um ‘sacerdote’ que trabalhava no tabernáculo do Senhor. Eles eram consagrados, separados para os serviços na Casa de Deus e eram sustentados para exercerem apenas essa função. Não era qualquer um. A princípio, eram homens da tribo de Levi, selecionados pelo próprio Deus para exercerem tal função. Porém, o levita foi habitar na casa de um homem que não cumpria os mandamentos de Moisés e era idólatra. E por causa de que mesmo? De dinheiro. Ele foi capaz de ‘sujar’ suas vestes em troca de conforto, posição e bens materiais. Entretanto, o pior ainda estava para acontecer na vida deste levita: os Danitas, descendentes da tribo de Dã, invadiram a cidade de Laís e a tomaram. Neste ínterim, as montanhas de Efraim, onde habitava Mica, também foram invadidas e o levita recebeu uma proposta dos Danitas: “Não será melhor você ser sacerdote de uma cidade inteira do que apenas de uma casa?” (Jz. 18.19). O levita não pensou nem uma vez, imagine então duas! Arrumou suas vestes, pegou os ídolos da casa de Mica e foi embora. Mica, depois disso, foi morto a fio de espada (v. 27).
Não parece que este fato aconteceu ‘ontem’. Infelizmente, aquele levita que havia sido escolhido para servir como sacerdote na Casa do Senhor, Deus de Israel, se deixou contaminar por causa da fama e da ascensão social que ele teria. Afinal de contas, ele não seria o sacerdote (diga-se de passagem, eleito por homens; algo abominável, pois apenas Deus nomeava alguém como sacerdote e/ou profeta) apenas de uma casa, mas de uma cidade, de uma tribo intera!
Pois bem, logo percebi que o “espírito” deste levita continua atuando nos dias atuais, e de uma maneira sem precedentes na história.
Na vida, e no ministério de quem opera este espírito?
Na vida e no ministério de pastores que não se contentam em trabalhar em igrejas de pequeno ou médio porte. Em vez de aguardarem e acatarem as decisões de seus presidentes e mesas diretoras, alguns pastores estão escolhendo as igrejas onde querem trabalhar, tentando impor a todo custo a sua vontade. Muitos destes, na hora de serem transferidos para outra congregação ou campo, sabendo que o porte do trabalho é menor, que rende menos, ou que dá menos status, criam os mais sérios problemas, tudo para não serem removidos de sua comodidade.
Na vida e no ministério de pregadores e ensinadores itinerantes, que não são mais guiados pela vontade e direção divina, mas, pela comodidade dos altos cachês (inclusive tabelados), dos melhores hotéis, dos melhores restaurantes, etc. Você já convidou uma destas celebridades e na última hora recebeu a notícia de que ouve um “imprevisto”, e o convite não pôde ser atendido? Fique sabendo (se já não sabe), que muitos destes “imprevistos” trata-se, na realidade, de “ofertas” mais gordas, de promessas mais promissoras que surgiram, e que em razão destas, você acabou “ficando na mão” (espero que na de Deus). Tudo em nome da comodidade.
Na vida e ministério de cantores e de bandas “evangélicas”, que abandoram a condição de verdadeiros adoradores, para se tornarem meros artistas profissionais, estrelas do mundo “gospel”, do mercado da fé, seduzidos pelo estrelato. Mera comodidade.
Na vida de jovens pregadores, que entorpecidos pelo incontrolável desejo de “fazer carreira ministerial”, deixam de prestar contas aos seus líderes, abandonam as suas congregações e se aventuram pelo mundo, de igreja em igreja, de cidade em cidade, de estado em estado, de comodidade em comodidade.
Todos estes, se oferecendo ou atendendo aos convites e ofertas dos “Micas” de hoje (hospedeiros, sustentadores e consagradores de aventureiros), reproduzem historicamente o erro daqueles que resolvem trilhar o seu próprio caminho, o caminho da insubordinação, da insubmissão, da inquietação, da ilusória e transitória vantagem pessoal.
Cada um examine o seu próprio coração...
Pra. Lu de Souza